Na semana de Natal, dois beneméritos decidiram doar uma cadeira de rodas nova, para a Luzia.
Conto-vos a passagem:
A Luzia é esta nossa utente que foi institucionalizada, na ADIB, pelo Instituto de Segurança Social. Tem um rendimento muito baixo que nunca cobre as despesas que tem. A cadeira de rodas que usava há anos estava muito velha e já não respondia às necessidades da Luzia.
Esta “menina” de 56 anos, que é muito sorridente é também uma “mimadinha” e estava sempre a lembrar, a toda a gente, que tinha uma cadeira muito velha.
Na semana antes de Natal, o benemérito que vê na foto (Sr. Gaspar) juntou-se com outro, o Sr. Fernando Ribeiro e ofereceram uma cadeira de rodas nova à “sô dona Luzia”.
Qual não foi o nosso espanto quando ao receber a cedeira, “sua excelência a sô dona Luzia, fez um espetáculo (e como anda de cadeira de rodas pode dizer-se “ambulante”) de mimo afirmando que não queria a cadeira. Ora lá está… Todos desarmados e desanimados lá nos esforçamos por convencer a menina a aceitar a cadeira.
30 segundos após a “trasfega” eis os sorrisos que pagam qualquer esforço deste trabalho social. Atentem sobre o sorriso tímido-vaidoso de quem dá e o sorriso satisfeito-insolente de quem recebeu um novo trono.
Este é um dos episódios, mas todos os dias há um. No universo das dificuldades sociais que enfrentamos há todo este mundo paralelo de sorrisos e existências doces que nos fazem voltar ao trabalho no dia seguinte com uma carinha de meninos ougados à espera de doces.
